A chuva, o frio, a cidade
Texto
restaurado e reeditado
Chuva. Que saudade de você. Quando amanheceu o dia
senti suas gotas roçarem em minha janela, a brisa fria, a temperatura
despencando de 30 para 20 graus. Chuva. Saí para ir até a padaria na esquina e
vi um passarinho bebendo água numa pequena poça d´água. Como me faz bem este
cenário. Chuva, quase frio, calma que parece reinar na cidade. Como um filme de
Cacá Diegues em câmera lenta.
Minha relação com o verão anda meio caótica nos últimos
anos. Muito em função do excesso de carros, das praias superlotadas, da euforia
coletiva, de uma certa baderna generalizada e, é lógico, o calor quase
hediondo. Mas, verão é verão e estamos no inverno, que começou timidamente,
como uma espécie de veranico com suas labaredas.
Passei da padaria e decidi fazer uma caminhada pelo
bairro, apesar de não gostar muito de andar de guarda chuva. A cidade parecia
estar deitada numa cama de espuma, repousando. Carros, ônibus, ciclistas,
pessoas nas calçadas, os bares relativamente vazios com uma meia dúzia bebendo
cerveja assistindo a algum replay de jogo de futebol na TV. Calma. É isso que o
inverno me passa. Calma. Calma e beleza porque a luz dos dias de sol é belíssima
e se eu fosse pintor iria colocar o cavalete na rua todos os dias.
Por falar em hoje, essa coluna agradece muitíssimo e
sempre a presença de vocês que fizeram o volume de acessos chegar perto dos 90
mil e em breve 100 mil. Que bom!
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