A confusão gerada pelos e-mails mal escritos
"Joguei um limão n´água/Pesado, foi pro fundo/ A água ficou turva/ Camarão não tem pescoço." (Anônimo)
A colega Cora Rónai, do Globo, uma das maiores autoridades em computadores que conheço escreveu, um dia desses, que os e-mails estão entrando em extinção. Segundo ela, as pessoas estão optando pelo uso de outras ferramentas mais ágeis como o whatsapp e as mensagens reservadas (inbox) no Facebook. Mas, enquanto isso, segue a barbárie.
A colega Cora Rónai, do Globo, uma das maiores autoridades em computadores que conheço escreveu, um dia desses, que os e-mails estão entrando em extinção. Segundo ela, as pessoas estão optando pelo uso de outras ferramentas mais ágeis como o whatsapp e as mensagens reservadas (inbox) no Facebook. Mas, enquanto isso, segue a barbárie.
Um amigo tem horror as chamadas novas tecnologias. Ele
é um sujeito de opiniões fortes e sempre muito bem humoradas. Como exemplo
desse seu horror ao que chama “dessas maquininhas” está um fato curioso. Ano
passado ele participava de uma reunião, mesa grande, várias pessoas e percebeu
que duas delas não paravam de mexer em seus celulares. A reunião acabou e ele,
curioso, perguntou o que as duas estavam fazendo. “Estavam trocando mensagens
pelos smartphones”, conta ele entre fulo da vida e achando graça. “Por que não
esperaram a reunião acabar e foram bater um papo ao vivo?”, pergunta.
Tenho uma relação íntima com a Comunicação das novas
tecnologias desde o início dos anos 90. Com prazer mantenho este blog, escrevo
para alguns outros sites, lancei um livro eletrônico, vulgo e-book, enfim, vou fundo.
Mas sou extremamente cauteloso quando o assunto é enviar e-mail.
A maioria das pessoas que troca e-mails comigo é
desconhecida. A maioria não sabe escrever direito e, por isso, gera uma série
de confusões, ruídos na Comunicação e, muitas vezes, o que era para ser simples
acaba numa grande babel regida pelo mal entendido. Se a nova Comunicação, em
vez de e-mail, adotasse a pintura ou o desenho, eu estava ferrado. Não sei
desenhar a mais tosca das árvores. Continuaria utilizando o telefone,
telegrama, carta no correio, mas pintura e desenho jamais.
Só que muita gente, mesmo sem saber escrever (deixo
claro que ninguém é obrigado a nada) dispara e-mails que chegam as raias do
surrealismo. Mensagens respondendo “aquilo que você disse não é bem assim. Fui
verificar e vi que não é”. Como? Que confusão.
Se eu não soubesse escrever, o máximo que teclaria num
e-mail seria, por exemplo, “preciso falar com você” ou então, como disse ali em
cima, partiria para o telegrama e telefone. Ainda mais agora que as operadoras
de celulares estão se comendo no escuro e, tudo indica, essa caríssima
modalidade de Comunicação tende a ficar menos extorsiva.
Não solto pipa perto das redes elétricas. Nunca enviei
um desenho para qualquer pessoa como forma de Comunicação. Aliás, francamente,
desisti de desenhar aos 15, 16 anos, quando percebi que não dou para isso.
Quanto a quem manda e-mails sem saber escrever, sugiro que...sugerir o que? Que
situação constrangedora. Tá bom, sugiro que não envie para mim porque detesto
charadas.
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A Comunicação é uma via de mão dupla.