Eles são divorciados, curados e bem-humorados - texto de Virgínia Martin, jornalista, escritora e palestrante


Sim! Escrevi um livro sobre demandas do pós-divórcio: “Divorciados, curados e bem-humorados” (Editora Fôlego). Pode até parecer que o tema esteja “batido”, com falta de foco, banalizado. Mas eu diria que também pode estar sem uma abordagem diferenciada. Explicarei...

E por mais que ocorram mudanças na configuração familiar do mundo moderno, separação sempre será algo complicado e complexo, principalmente para os filhos. E tratar dos desdobramentos destas transformações é, no mínimo, inteligente, já que existe o risco de que muita gente ferida prossiga solta por aí.  

É bom lembrar também que mesmo que culturalmente o estar sozinho tenha se tornado comum, é preciso reconhecer que especialmente mulheres sofrem com o fato de que a sociedade costuma estigmatiza-las, já que há mais fêmeas do que machos disponíveis para compromissos.  

Então, o que fazer para que alguém só, seja rejeitado, desiludido, maltratado, não se torne amargo, cético, descrente do amor diante da relação rompida? Como driblar preconceitos, principalmente quando a sociedade favorece quem vive acompanhado e prioriza programas em família?     

Pois é, eu nunca quis escrever um livro como este. Tá dito! Creio, de verdade, que muito melhor seria conversar entre páginas sobre algo mais light, mais prazeroso, como insistentemente anseia a sociedade. Lamento re-informar, mas a existência humana não respeita essa vontade. O sofrimento em 3D, ou seja em qualquer altura, largura ou profundidade, “bate seu ponto” na vida de todo ser mortal. Vire-se ou não pelo avesso, você acabará descobrindo que é impossível viver apenas de ganhos.

Portanto, decidi escrever e o fiz na perspectiva da contra-cultura. Ou seja, fora do mainstream social, buscando distância do lugar-comum, da superficialidade. Primeiramente, porque “Divorciados, curados e bem-humorados” não é um livro amargo, assim como jamais me permiti ser. Escolhi manter a ternura e, sem dúvida, o bom humor.

Agora explicando sobre aquela abordagem, eis alguns dos assuntos contidos nas 160 páginas que priorizam a esperança: perigos de novas escolhas, o famoso “dedo podre”, o ponto cego dos relacionamentos, mulheres mal amadas, logística com filhos, com quem ficam os amigos, o vício das reclamações, o papel da família, o preconceito velado da sociedade... tudo com o objetivo de “jogar o leitor pra cima”, em uma roupagem de bom humor.      

“Divorciados, curados e bem-humorados” acabou virando site, grupo de apoio mútuo, palestra e missão de vida. Simboliza semente que desejo ver espalhada everywhere, repleta de palavras que podem ser alcançadas por solteiros, casados, divorciados, conselheiros, psicólogos, críticos de plantão, todos convidados a serem celebradores da esperança. 

Virgínia Martin

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