Luta armada no Brasil não anistia os corruptos
Meu ponto de vista com relação a luta armada no Brasil
(anos 1960 e 1970), hoje, é muito claro: não fazia o menor sentido. Por mais
que alguns militantes alegassem que para vencer o ódio da ditadura, só bombas e
balas resolveriam, foi um grave erro de avaliação. Só que, naquela época, esse
erro foi a única forma encontrada por muitos para reconstruir a democracia por
aqui.
Tanto que todos os ex-militantes mais conhecidos, com o
passar do tempo, revisitaram suas opiniões. De fato, para um bom número deles,
a luta armada agravou ainda mais a situação, vomitou mais ódio nos verdugos e
acabou com dezenas de mortos, desaparecidos, torturados.
Esse é um aspecto da questão. Um outro ponto é o fato
de alguns ex-integrantes de grupos clandestinos armados que hoje são acusados
de corrupção não terem o direito de usar a guerrilha como passaporte, anistia
prévia ou como desculpa. Nada de “roubei, mas no passado fui vítima”. Ladrão é
ladrão, seja general, guerrilheiro ou cidadão comum e por isso deve ser punido
com a Justiça.
Uma pessoa que optou pela luta armada, por mais que
tenha sido até torturada, não pode usar essa condição como atenuante para
roubalheira, corrupção em qualquer uma de suas muitas formas. Aliás, quem usa
este argumento, mesmo que veladamente, está comprometendo a seriedade de todos
aqueles que acreditaram profundamente na luta armada. Mesmo que
equivocadamente, eles chamaram a coragem e foram a luta. Estavam errados?
Hoje
vemos que sim. Mas, em nenhum momento deixaram de ser brasileiros e de merecerem
o nosso respeito.
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