Neil Young, o eterno hippie no rastro de si mesmo

 O Lincvolt
Neil com o Lincvolt

Pono: qualidade de som 95% melhor do que os concorrentes

                                 Neil Young toca, na íntegra, o bombástico álbum LE NOISE. Clique e curta.


Terminei de ler a autobiografia de Neil Young, lançada no Brasil em 2012. São quase 500 páginas de tranquilas e descompromissadas confissões, questionamentos, ideias. Escrito pelo próprio músico (ele faz questão de deixar isso bem claro) o livro mostra a busca, agora menos caótica e mais contemplativa, que ele faz de si mesmo. Tanto que essa busca, via família, amigos, via suas coleções de carros antigos, guitarras e outros símbolos, devem se transformar em outros livros. O autor avisa, logo no início, que um livro só não basta para contar a sua história.

Como músico, Neil ficou mais conhecido aqui no Brasil como um dos integrantes do lendário quarteto Crosby, Stills, Nash & Young, onde Neil tocou e cantou por um curto período, depois de viver a sensacional turbulência da banda Buffalo Springfield em meados dos anos 1960. Banda que tinha entre os integrantes o amigo e genial Stephen Stills (o Stills de C,S,N & Y).

Em seu livro, o canadense (que viveu anos de angústia como ilegal nos Estados Unidos) fala fartamente de sua família (só um bravo como ele consegue lidar com tanta tranquilidade diante de algumas fatalidades existenciais) e de seus amigos. Amigos que estão aí e muitos que já se foram, principalmente por overdose de drogas. Não, Neil não se faz de exceção e muito menos de bom moço. Diz que parou de fumar maconha e beber seis meses antes de começar a escrever o livro e que “a fissura é enorme, gigantesca”, mas seu médico mandou parar (especialmente com a maconha) porque há risco de demência.

Hippie confesso (até hoje), ele mesmo se surpreende com a sua capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Tem sua carreira-solo mais a bombástica banda Crazy Horse por quem ele é apaixonado e ainda desenvolve o projeto de um carro híbrido (eletricidade com álcool). Um Lincoln Continental ano 1959, enorme (quase seis metros) que ele chama de Lincvolt. Neil explica que escolheu um carro grande porque para os norte-americanos “fica mais fácil entender quando o carro é grande” a importância de um carro sem usar petróleo. Além disso, ele é apaixonado por carros antigos e, ao longo do livro, conta como foi aquisição de vários deles, especialmente os veículos funerários que teve nos anos 1960. Vários.

Mais: Neil Young desenvolve o projeto “Pono”, um player de música que, segundo ele, é 90% melhor do que o som despejado por i-tunes, MP-3 e outros sistemas. Vale à pena entrar no You Tube, digitar “Pono” e assistir as várias reportagens sobre o assunto.

Neil Young é incansável. Deve vir ao Brasil ano que vem (ele tocou no Rock in Rio em 2001, onde fez um show demolidor que quase me fez rolar no gramado) na turnê da Crazy Horse e vai aproveitar para falar, e muito, do Lincvolt e da Pono. Vale à pena esperar.






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