Dezembro – caro leitor, o que você acha do mês de dezembro?



Vale a pena parar e assistir a esta entrevista de Jimmy
Page, Robert Plant e John Paul Jones a David Letterman.
Legendas em português.                        

Alguns meses tem características próprias muito marcantes e dezembro talvez seja o de traçado mais gritante. Para começar, logo nos primeiros dias tudo vira o maior tumulto. O trânsito, as calçadas, as lojas, as pessoas, os meios de comunicação. Vão dizer que é por causa do Natal, associado a injeção do 13º. salário, mas não creio que seja somente isso.

Penso que a logomarca de dezembro é a ansiedade. Vários fatores se encontram no mesmo cruzamento como, por exemplo, a descabelante perspectiva de um fim de ano com todos os débitos financeiros e existenciais, quando não quitados pelo menos equacionados. Afinal, foi o que foi prometido em dezembro do ano passado, não foi?

Além disso, como o roteiro de uma peça de teatro, tudo tem que entrar em cena na hora certa, com o astral certo, as pessoas certas. Os rituais do Natal, do Ano Novo, as cores das roupas e, mais uma vez, as promessas. Somos escravos de nossas próprias promessas, especialmente em dezembro.

Dizem que é assim em boa parte do mundo, pelo menos onde o ano novo é parecido com o nosso. Em dezembro não só as lojas ficam insuportavelmente cheias, mas também os consultórios médicos (check ups de fim de ano), dentistas, psicólogos, enfim, nós nos preparamos para uma gigantesca batalha invisível que nós mesmos inventamos que é ter que estar bem, muito bem, na hora “da virada”. Como se fôssemos dormir canários no dia 31 para acordarmos forninhos de microondas no dia primeiro de janeiro.

Entre os responsáveis pela alta ansiedade de dezembro está o implacável bombardeio da propaganda em todos os canais de TV, emissoras de rádio, jornais, revistas, panfletos, enfim, todos os meios e formas de comunicação. O que mais vemos e ouvimos é “corra, porque neste Natal você não vai encontrar nada igual”, ou “há quantos natais você promete uma casa nova para morar?” e assim vai. Afinal é a data de maior consumo no ocidente.

Como se livrar disso? Acho que não existe uma receita coletiva para escaparmos desse desvairado consumismo somado a promessas que desabam nos ombros já previamente cansados do Ano Novo. A certeza de que não vale à pena sofrer com tanta ansiedade já é um bom caminho, e que Saúde e Paz, isso sim, é um lema válido de dezembro a dezembro. E quanto ao espírito de Natal, é muito mais profundo e puro do que um smartphone, um tablet ou uma TV digital.

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