Dois milhões de brasileiros foram para a ruas porque não aguentam mais. Aqui, os 10 pecados capitais de Dilma Rousseff na economia
A presidentE Dilma Rousseff tomou posse no seu segundo
governo há um mês e meio. Aliás, não consigo entender como ela ganhou a
eleição, mas ela ganhou e ponto. Ao longo desses 45 dias, Dilma foi parar no
inferno.
O assalto a Petrobrás veio à tona com detalhes sórdidos
que deixaram o Brasil estarrecido. Deixaram e deixam porque o escândalo está
apenas começando, mas a população estrá pagando na bomba de gasolina a conta pelo descalabro do governo. Em outro flanco, por pura incompetência, Dilma perdeu o
controle da inflação e foi encurralada pelos empresários do setor elétrico que
puseram uma faca no seu pescoço.
A temida Dilma Rousseff, aquela que foi capaz de
esculhambar tanto um general de quatro estrelas que ele deixou o gabinete
presidencial chorando, acabou acuada. Cedeu ao setor elétrico que, oportunista,
cravou aumentos de tarifas absurdos nas costas de milhões de brasileiros. A
Dilma grosseira, destemperada, que ofende e humilha ministros e similares (quem
trabalha no Planalto sabe disso), foi obrigada a calçar pantufas e pisar leve,
muito leve, com o pessoal do setor elétrico.
Alertada, a presidentE substituiu semana passada
diretores da Eletrobrás que, como a Petrobrás, também é uma caixa preta em se
tratando de corrupção. Aliás, se derem uma geral em todas as estatais o Brasil
fecha as portas.
Além da corrupção, falta de ética, baderna, má
comunicação, publico aqui os 10 pecados capitais da política econômica de Dilma
que, mais do que partidos, humores, mais do que tudo, levaram dois milhões as
ruas pedindo a sua cabeça nesse histórico 15 de março de 2015. As
informações são do site Spotniks e foram publucadas poucos dias antes da queda
de Guido Mantega:
O
brilhante economista Thomas Sowell certa vez disse: “A primeira lição da
economia é da escassez: nunca há quantidade suficiente de alguma coisa de modo
a satisfazer todos aqueles que a desejam. Já a primeira lei da política é
ignorar a primeira lição da economia.”
A
política econômica do governo Dilma tem insistido em ignorar as leis
econômicas. Mas estas não têm ideologia. E assim como a lei da gravidade, agem
inexoravelmente sobre todas as pessoas (e governos também). Vamos então aos dez
pecados capitais da política econômica do governo Dilma.
1
– Inflação
Desvalorizar
a moeda é a consequência da política de inflação. Os pobres são sempre os mais
prejudicados. Não é culpa da China nem da falta (ou excesso) de chuvas.
Tampouco são o tomate ou o chuchu os grandes vilões da inflação.
Por meio do
Banco Central, somente o governo pode imprimir dinheiro. A leniência com a
perda de poder de compra do real está cada vez pior. O centro da meta da
inflação já não é perseguido há alguns anos, e não há perspectiva de atingi-lo
rapidamente. O IPCA dos últimos 12 meses está em 6,75%.
2
- Controle de preços
Se
controlar os preços funcionasse, o Plano Cruzado teria sido um sucesso. O preço
da energia elétrica é controlado, o preço do petróleo está artificialmente
represado, as tarifas de transporte público são determinadas por vontade
política, o preço do crédito é manipulado, etc. E apesar disso tudo, o IPCA
está acima do teto. Alguém acha que esse índice realmente reflete o aumento do
custo de vida da classe trabalhadora? Controlar preços é receita para o
desastre.
3
- Maquiagem das contas públicas
Qual
o déficit orçamentário do governo? Com ou sem os dividendos do BNDES? Com ou
sem os restos a pagar? A dívida líquida desce, mas a dívida bruta só sobe? Qual
importa? Transparência não é o forte deste governo e as contas públicas estão
cada vez menos inteligíveis. Querem esconder os sintomas, mas a doença
permanece intocada. O quadro fiscal está cada vez mais preocupante, maquiar o
problema só piora a situação.
4
– Bancos públicos
Fazendo
ressurgir os velhos problemas das décadas perdidas, hoje os bancos públicos são
responsáveis por mais da metade de todo o estoque de crédito no país. E como a
expansão creditícia é essencialmente uma forma de criar moeda, Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal e BNDES são hoje grandes motores da inflação
brasileira.
5
– Estatais
Esse
item mereceria uma lista própria, porque a quantidade de estatais sendo usadas
para condução da política do governo é infindável. Seja a Petrobras tabelando
preços do petróleo em território nacional, seja o BNDES direcionando crédito
subsidiado aos campeões nacionais eleitos pelo governo, o uso político de
empresas importantes à economia nacional é temerário. Já vimos esse filme
antes. E nos custou muito caro. Os prejuízos começam a avolumar-se. Alguma hora
a conta chega e, como sempre, quem paga são os mais pobres, com juros e
correção monetária.
6
- Falta de Investimentos
Uma
economia só cresce de forma sustentável com aumento de produtividade. E para
isso é preciso poupança e investimentos, duas variáveis que despencaram no
governo Dilma. Especialmente no setor privado, falta confiança e regras claras
para poder investir. O enorme programa de concessões está sendo um fracasso. As
excelentes oportunidades na área de infraestrutura permanecem sem serem
aproveitadas. E não é por falta de apetite dos investidores (domésticos e
internacionais). Com infraestrutura precária, o custo Brasil inviabiliza
diversos investimentos.
7
- Hiperatividade e microgerenciamento da economia
Alguém
se lembra quantos pacotes de estímulos foram lançados pelo Ministro Mantega nos
últimos anos? Reduz imposto daqui, sobe acolá, concede subsídios ao setor
agrícola, remove isenções do setor XPTO, altera alíquota do IPI temporariamente
de forma permanente, estimula a linha branca, desestimula a linha preta,
determina a taxa de retorno dos investidores das concessões de infraestrutura,
etc, etc, etc. É pacote demais e arbitrariedade demais. Como diz o velho
ditado: muito ajuda quem não atrapalha. Neste ponto, menos é mais.
8
- Crescimento econômico, incerteza e desconfiança
Todos
esses pontos geram o pior sentimento possível na economia: insegurança. A
incerteza sobre o que o governo fará amanhã paralisa os empresários. A
incerteza sobre novas políticas gera desconfiança nos investidores
internacionais. A economia patina e os trabalhadores começam a sentir
insegurança com relação a sua própria estabilidade de emprego e,
consequentemente, adiam compras mais relevantes. Nesse cenário, crescimento
econômico é milagre.
9
- Errar é humano, botar a culpa nos outros mais ainda
Aos
olhos da equipe econômica, se há alguma patologia na economia brasileira, a
culpa é externa. Ora é a crise financeira, ora é o desaquecimento chinês, ou a
safra agrícola mundial, a política do Federal Reserve, o preço das commodities,
etc. Já é passada a hora de olhar para o próprio umbigo.
10
- Equipe econômica
Dilma
acha que entende de economia, Alexandre Tombini (Banco Central) obedece, o
ex-ministro Guido Mantega é keynesiano e Arno Augustin é marxista. Deste
pecado, decorrem todos os outros.
Adicione
uma boa dose de corrupção e uma grande pitada de burocracia e os males da
política econômica do governo tornam-se ainda piores.
É
preciso mudar. Mudar já. Mas quem está no comando não concorda com esse
diagnóstico. Desconhecem ou ignoram a doença. Quem está no comando não quer
mudar a fórmula, apenas alterar a dose. Remédio errado e na dose errada. Para
curar o paciente, é preciso mudar quem está no comando.
A
Coluna pergunta: quem está no comando?
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