Exposição internacional sobre Jimi Hendrix vai pousar em São Paulo














A exposição "Hear my Train a Comin: Hendrix Hits London", dedicada ao guitarrista Jimi Hendrix, chegará a São Paulo em 10 de junho, no shopping JK Iguatemi. São cerca de 140 peças da coleção do Experience Music Project Museum, de Seattle (EUA). Entre elas guitarras, roupas e cartazes de shows.

Está tudo muito bom, está tudo muito bem mas a exposição só aborda os anos 1966 e 1967, quando Hendrix se tornou uma lenda em Londres para onde foi levado pelo baixista do The Animals, Chas Chandler, que tornou-se produtor e tutor do músico. Mesmo assim é ótima e vale uma ida a Sampa para conferir.

A curadoria da exposição é de Jacob McMurray. A meia-irmã do músico, Janie Hendrix, diz que também é curadora. Não sei, no site oficial de McMurray (www.jacobmcmurray.com/Hendrix-Hits-Londonwww.jacobmcmurray.com/Hendrix-Hits-London) o nome dela sequer aparece. Sei que quando o guitarrista morreu ela tinha apenas 9 anos e, muito esperta, ótimo faro para negócios, hoje é presidente da empresa que cuida dos interesses ($$$) da família Hendrix. Aliás, toda a família está empregada na empresa.

Janie, que andou até por Niterói nos anos 1990, deveria estudar um pouco mais a biografia do meio irmão Jimi antes de falar asneiras por aí. Por exemplo, ela disse ao site Classic Bands que Jimi estava muito feliz dois meses antes de morrer (ela o viu, pela última – dizem que única – vez em 26 de julho de 1970), animado com o estúdio que tinha acabado de inaugurar (Electric Lady, em Nova Iorque) e com a turnê que iria fazer pela Europa.

Não é verdade, Janie. Jimi estava deprimido, em crise quanto aos rumos que sua música iria tomar, falido porque foi roubado por todo mundo e só dormia a base de tranquilizantes fortíssimos. Você cometeu outra asneira ao dizer ao Classic Bands que o sonho de seu meio irmão era fazer um som tipo Earth, Wind and Fire. Quanta bobagem.

Historinha que a meia irmã de Hendrix deveria ler:

Em 1966 Hendrix estava tocando no bar Café Wha? no Greenwich Village (Nova Iorque) e lutando para fazer sucesso com o seu grupo Jimmy James and The Blue Flames.

Uma noite, o ex-baixista do The Animals Chas Chandler foi lá vê-lo tocar. Chandler prometeu que ele poderia fazer Hendrix uma estrela se ele se mudasse para a Inglaterra dois dias depois. Hendrix concordou, com uma condição: que Chandler o apresentasse aos deuses da guitarra Jeff Beck e Eric Clapton, amos britânicos.

Uma semana depois de chegar a Londres, Hendrix e Chandler convidaram o baixista Noel Redding e o baterista Mitch Mitchell para criar Experience, na minha opinião o melhor grupo de Jimi Hendrix. Como um raio, o trio tomou a cena da swinging London. Ao longo dos próximos nove meses o trio excursionou sem parar, lançou três singles e um álbum de estreia que ficou no topo das paradas, e conquistou a imprensa musical britânica.

Nove meses depois de conquistar o Reino Unido, Hendrix se despediu de Londres com um show no Teatro Saville, quebrando sua guitarra psicodélica pintada em homenagem a Inglaterra. Duas semanas depois, Paul McCartney (fã de carteirinha do músico) ligou para John Phillips (do Mamas & Papas) que estava organizando o festival de Monterey, indicando o nome de Jimi. Ele apresentou-se para a América com uma performance incendiária para no festival.

Desconhecido nos EUA antes do festival, virou uma estrela internacional, mas sempre chamava Londres de “minha casa”, já que até o Festival de Monterey foi renegado nos Estados Unidos.

Sem Londres seus dons musicais não teriam atingido o público mundial. Hendrix tinha o talento, o carisma e a ambição, enquanto Chas Chandler tinhas as influências e as conexões. Mas swinging London teve a moda, a música e a cultura única que se mostrou vital para o sucesso de Hendrix.


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