Sem Jeito me mandou um abraço

Meu sobrinho Philippe, filho de meu irmão Fernando César, é administrador de empresas de primeira linha, profissional de ponta. Além disso conhece tudo, absolutamente tudo, de computadores e rock, especialmente metal. Como vou fazer um upgrade na memória de meu computador, falei com ele que se prontificou a trocar para mim (valeu!), mas o gozado foi o e-mail que ele me mandou.

Com um vídeo do You Tube anexado, onde um sujeito aparece trocando a memória de um HP All in One igual ao meu (aliás, notei que o desktop está em extinção, só se fala em All in One) ele comentou: “Veja como é ridículo e simples” (trocar a memória). Vi o vídeo e constatei que se eu fosse trocar, de cara não ia conseguir abrir o computador (chave Philips, tem que ter aquele jeitinho que não tenho), acabaria quebrando a tampa e, quem sabe, destruindo a máquina sem sequer chegar no buraco onde fica a memória.

Segunda-feira provou que sou um sujeito totalmente desastrado quando o assunto é serviços domésticos e similares. Três exemplos. De manhã cedo, por volta das 8 horas da manhã, escovava os dentes depois do banho e resolvi trocar a lâmpada do banheiro. A que fica no teto, que com as duas nas laterais da pia, formam um conjunto, uma especie de power trio de lâmpadas

Fui na área de serviço peguei a fatídica escadinha de alumínio (ela mesma, a de colocar ponteira em árvore de Natal), abri, pus embaixo do lustre e subi. Vamos direto aos fatos: 1 – quando retirava o lustre, deixei que ele escapasse da minha mão, juntamente com a lâmpada. Explodiu no chão em centenas de pedaços. Sem problemas. Desci, peguei a lâmpada nova, subi de novo na escadinha e consegui retirar a queimada, o que para mim cheirou a vitória.

Mas na hora de enroscar a lâmpada nova, Sem Jeito baixou de novo. Apertei demais e a lâmpada estourou na minha mão e só não me cortei porque, já prevendo uma nova calamidade doméstica, estava com uma toalha enrolada. Em suma: como era dia da diarista deixei que ela providenciasse a troca da lâmpada, o que ela fez em menos de três minutos.

Fato dois: peguei o carro e fui para o primeiro compromisso do dia. A direção estava pesada e lembrei que há 20 dias não calibrava os pneus, quando o recomendado é uma vez por semana. Parei num posto e, eu mesmo, desci e fui naquela engenhoca digital de encher pneus. Cravei lá 27 libras e fui espetar a mangueira no primeiro pneu. Inexplicavelmente, depois de alguns minutos, percebi que o pneu estava esvaziando. Teimoso, continuei a insistir até o pneu ficar totalmente vazio.

Chamei um frentista que, sem saber que estava diante de um búfalo urbano (eu) comentou “seu pneu está muito vazio...como é que o carro estava andando?” E, como a diarista, em menos de cinco minutos encheu os quatro pneus do carro.

No final do dia cheguei em casa e aí foi um combo de asneiras domésticas. Tomei o segundo banho e sentei no sofá. Olhei para a mesinha, sem mais nem porque peguei o telefone sem fio e comecei a mexer, com o pensamento longe. Fiz alguma besteira ali e apaguei todos, mas todos os números da agenda. Não satisfeito, levantei e tropecei num cabo de alimentação do DVD que, detonado, foi ao chão.

Só me resta ficar parado, quieto, e assumir definitivamente que sou um mamífero, bípede, completamente irracional quando o assunto é “tarefas cotidianas que exigem a mágica palavra Jeito”. Com J de jumento.



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