Aderi ao Uber: cansei da lambança e da escrotália de muitos táxis comuns

Tenho lido artigos de colegas meus em sites e jornais de todo o país enchendo a bola do Uber, serviço de táxis diferenciado que está atuando no Brasil, gerando uma gritaria generalizada dos taxistas comuns. A Uber nasceu em San Francisco, California, em 2008, atua em 66 países e nas principais cidades do mundo oferecendo: carros de luxo, motoristas extremamente educados, corridas mais baratas que as dos táxis comuns na bandeira dois, segurança e, sobretudo, paz.

Hoje decidi pegar o meu celular e baixar o aplicativo deles. Por que? Porque não aguento mais aturar os maus taxistas que, infelizmente, estão invadindo até a 99 Táxis, Easy Táxi e serviços de aplicativos afins. Decidi hoje porque o desserviço atingiu o pico. Vamos lá:

1 – chamei um taxi pelo aplicativo; 2 – em vez de um carro em bom estado deparei com um velho Chevrolet que fedia a cigarro; 3 – quando entrei, o motorista fala com um amigo ao celular, combinando um churrasco que vão fazer sábado. Falava de picanha, maminha e, com isso, foi errando de rua, de trajeto. Ele não viu mas notei que um guarda o multou porque, como se sabe, é proibido falar ao celular dirigindo; 4 – na ponte, chovendo, trânsito pesado, perigoso, ele tirava finos dos outros carros (falando ao celular) até que perto do vão central a linha caiu. Ali celular não pega direito. O taxista parecia estar distraído mas não esqueceu de botar a bandeira dois; 5 – na falta de celular ele espetou um pendrive que tocava no mais alto volume a escória do sub-samba mundial. Aí eu não aguentei e, transtornado, mandei ele desligar aquilo. Acho que ele se assustou porque adivinhou que se não desligasse eu estava disposto a arrancar aquele pendrive e atirar pela janela ponte abaixo. Vejam o que um mau serviço faz conosco!

Desde os anos 1990 uso exaustivamente os táxis. Aprendi com amigos e colegas de São Paulo que já incluem o táxi em seus orçamentos de serviço, já que é impossível chegar pontualmente a um compromisso enfrentando o trânsito, procurando estacionamento e encarando a conta do final da odisseia que fica próxima a de uma corrida de táxi comum.

Sempre dando uma força aos taxistas (socialismo pessoal em terra de vara no lombo dá nisso) não queria entrar para o Uber. Mas ao longo desse mês notei: 1 – quando você pede um táxi pelos aplicativos, pode digitar o cartão de débito como forma de pagamento. Só que alguns taxistas metidos a malandrinhos chegavam no final da corrida e diziam que a máquina estava quebrada, ou com a bateria descarregada, ou...golpes em geral para forçar o passageiro pagar em dinheiro; 2 – apesar das empresas de aplicativo garantirem que só trabalham com táxis novos, na primeira quinzena de julho me chegou um Santana (aquilo mesmo, alguém lembra? O rei da escoliose porque tinha um problema crônico de chassis que deixava os banco do motorista e do carona tortos) com pelo menos 15 anos de uso. Não tive alternativa e entrei na joça, com o motorista fedendo a cecê; 3 – malandrinhos, muitos taxistas não ligam o ar condicionado a não ser que o passageiro peça. Carinha de má vontade, eles ligam; 4 – Hoje fui de Icaraí a Cidade Nova (Rio) numa bosta que me chegou (des) graças ao aplicativo 99 Táxis que cobrou 69 reais mais o pedágio. Fui a uma reunião, saí e decidi usar o Uber pela primeira vez. Um sedã preto zerado chegou, o motorista quis descer para abrir a porta eu disse que não precisava, insisti para viajar no banco da frente.

De terno e gravata (não precisava) perguntou se eu queria música. Eu disse que sim. “Temos os serviços do Spotify e do Rdio”, ele ofereceu. Sim, o carro estava conectado a internet. Lógico que pedi para acessar a Radio Cult FM e vim ouvindo, volume baixo, humano, super som, ar condicionado maravilhoso, carro suave, silencioso e...peguei no sono. Só acordei no pedágio da ponte.

Cheguei em casa. Preço da corrida: R$ 59,00, fora o pedágio. Ou seja, mais barato do que o coliforme fecal de aço (?) que peguei mais cedo. Peguei, mas não pego mais. Pensei “ótimo, agora só andarei de táxis da Uber que custa: tarifa básica - R$ 5,00; R$ 2,20 por quilômetro.” Mas Niterói não tem, o que muda tudo. Só vou usar táxis conhecidos (sorte que os bons tem cartões de visitas), abolir Easy Táxi, 99 Táxis, cooperativas e tudo mais. Do Rio? Volto de Uber.

Não é uma questão de ser mais elegante, mauriçola, isso ou aquilo. É que não aguento mais pagar para ser desrespeitado num país que se transformou na capital da cusparada da cara, do dane-se você, do é pegar ou largar. Agora é táxi conhecido na ida, Uber na volta e ponto final.



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