Adiei o lançamento de meu novo livro
Semanas atrás escrevi aqui que
estava finalizando a seleção de contos, crônicas e espasmos que
vão formar um novo livro. Muito texto, muita lambança, muitos
vacilos e, por que não, alguns momentos bem interessantes. Li (ou
quase li) mais de dois mil e fui cortando, cortando, até chegar em
80.
Ótimo.
Encaminhei o material para São Paulo onde nesta segunda-feira,
vulgarmente conhecida como hoje, iriam começar a trabalhar no
projeto gráfico. Eu quero uma coisa meio pós-punk, meio
Staatliches-Bauhaus
,
meio Claudio Valério Teixeira, meio Luiz Carlos Lacerda (o Bigode),
meio Glauber Rocha, meio Luiz Carlos Maciel, meio Tarsila do Amaral,
meio Oscar Niemeyer, meio Burle Marx, meio Carlos Zéfiro, meio Di
Cavalcanti, meio Pete Townshend, meio Egberto Gismonti, meio Almir
Satter, meio Ramones, meio The Clash, meio Gestalt, meio Anais Nin,
meio Henry Miller, meio Blur, meio Radiohead…
Bom, os caras disseram que
entenderam o que eu quero e ainda me falaram “como você diz aí no
Rio, vai ficar do cacete”. Caminhando pelas ruas do Centro fui pego
pelo calor de 31 graus em plena cloaca do inverno. Foi aí que
desisti de lançar meu novo livro este ano porque, decididamente, não
quero mais submeter meus amigos, convidados, parentes, colegas e a
mim mesmo ao inclemente calor tropical que devasta amores, humores e
quase literatos. Isso já aconteceu outras vezes e não vou repitir a
festa da garoupa suada.
Por
causa do calor, o personagem Meursault
do
clássico do existencialismo “O Estrangeiro”, de Albert Camus,
matou um árabe a facadas. Pois também
por
causa do calor, parei o meio livro, cujo lançamento
fica adiado para o início do outono do ano que em. Até lá reunirei
mais material e jogarei no moedor de carne da seleção.
Liguei
para São Paulo e
falei
com o pessoal do projeto
gráfico e,
na boa, senti um certo alívio também
por
parte deles.
Mas garantem que até o verão terão chegado a uma conclusão sobre
o sarapatel
de porco que sugeri ali no parágrafo dois.
É
isso aí.
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