Os petelecos anacrônicos de um salta pocinhas
Publicado
em 2014
Prefiro
levar um soco no queixo do que ficar tomando petelecos desses salta
pocinhas (quem inventou essa foi o Paulo Francis) franguinhas aflitas
que ficam perambulando por aí, exibindo o fastio dos lortos tristes,
famintos e anêmicos, apesar da nova série de “Malhação” já
ter começado.
Recebi
uma mensagem sinuosa como as curvas de judas (escrevo com j minúsculo
mesmo) e não me enquadrei entre as pessoas que ele, como Monalisa
(aquela que não sabemos se ri ou chora, se é macho ou fêmea, se é
Bangu ou Flamengo) estava difamando, usando como mote fofoquinhas de
salão de depilação de virilha. Ahhh, a indiscreta decadência dos
salta pocinhas, que fingem que perderam a chave do armário, apesar
da porta estar aberta por fora.
Uma
vez aconteceu lá Facebook. O cara (não conheço, nunca vi), que um
outro fofoqueirA me disse se chamar Pheido resolveu escrever (muito
mal por sinal) uma série de atrocidades sobre gente que vive com o
boi na sombra, surfando uma suposta onipotência, enfim, não cheguei
a ler a mensagem toda porque respeito minhas calejadas décadas de
jornalismo e tem texto que não desce goela abaixo, mesmo insinuando
serem calcinhas de algodão
puro,
minúsculas, com lacinhos nas laterais.
Mas,
na boa, muito entre nós, detesto mensagens cifradas. Pior: cifradas
por um imbecil. O imbecil, o tal do Pheido, quando está doidona,
cabeça rodando, deitada na cama, consegue se imbecilizar ainda mais.
E a sagrada ligação meio-mensagem se transforma num pau de enchente
doido, varada na margem direita, varada na margem esquerda, confusão,
gritos de “para, moço!”, e ninguém entende nada.
Não
sei se já aconteceu com vocês, mas fico furioso quando, por
exemplo, leio um fofoqueirA que insinua, insinua, insinua e nada diz.
Meus instintos básicos (mandril? babuíno? bonobo?) pegam um
elevador e vão para o subsolo, desejando surrar Pheido e similares
até virarem patê. Não resolve porque é disso que elas gostam.
Por
isso, a minha crescente admiração por mestres como Élio Gaspari
que atiram de escopeta 12, sem receio
disso ou daquilo. Agora, antes de atirar ele apura tudo com precisão,
checa e recheca informações para não pagar mico e tomar um
processo na cara.
A
internet é uma dádiva tecnológica, mas como tudo que é genial
também tem seu lado podre. Por exemplo, abrigar amadores que acham
que escrevem, acham que apuram, acham que existe notícia com uma
versão só e não duas, no mínimo. Pheido, divina louca, é um
desses protozoários que habitam esse chamado cybermundo, tentando
defecar (sempre anacronicamente) na biografia alheia já que, por
falta de cabeça, tronco e membros, não construiu a sua.
Todo
jornalista sabe que devemos apurar uma notícia ouvindo todas as
partes envolvidas no fato, e não sair disparando petelecos,
mensagenzinhas cifradas, enfim, fazendo fofoquinha, como a dona
Pheido faz. Volto ao Francis. Isso não é gente trabalhando com
Comunicação. Isso é salta pocinhas cavalgando em intrigas,
biquinhos, linguinhas e fricotes atonais diante do espelho.
Cai
dentro, Pheido.
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