Pré-estréia de “Introdução a Música do Sangue” abre a sensacional Mostra Luiz Carlos Lacerda no Cine Arte UFF

                                                                           


                                                                           
Luiz Carlos Lacerda, o Bigode
Nesta sexta-feira fui a pré-estreia do novo filme de Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, no Cine Arte UFF, em Niterói. Chama-se “Introdução a Música do Sangue” e abriu a Mostra Luiz Carlos Lacerda que vai exibir parte da obra do genial diretor, que neste 2015 celebra 50 anos de Cinema, com C maiúsculo.
Fundamental comparecer já que, além da genialidade do Bigode, o novo Cine Arte UFF está espetacular, com equipamentos de vídeo e áudio de última geração, novas cadeiras, novo ar condicionado, enfim, é um orgulho para o país.
Programação:

Hoje, sábado, 21 de novembro - “Leila Diniz”, biografia da revolucionária Leila.

Amanhã – 19h30m - “O princípio do prazer” - Dois casais arrendam uma fazenda no interior e se entregam a uma vida de ócio e prazeres sexuais até a chegada de um novo empregado.

21h30m - “Fora all: o trampolim da vitória” - Em 1943, os EUA constroem em Natal a maior base militar fora de seu território e uma família local tem a sua vida abalada.

Terça – 19h30m - “Casa 9” - documentário sobre a casa onde Bigode morou nos anos 1970 e que se tornou ponto de referência do movimento cultural de resistência.

Quarta – 19h30m - “Viva Sapato” - Uma dançarina cubana abandona o casamento e vem para o Brasil abrir um restaurante coma tia.
O telefone do Cine Arte UFF é 3674-7512.
Antes da exibição do filme (cinema cheio), Bigode foi convidado a falar para a platéia; Emocionado, disse que sua ligação com Niterói é histórica, “uma cidade que a Leila Diniz me disse uma vez: ´vou te levar para conhecer a minha terra`. 
De lá para cá meus laços com Niterói se aprofundaram especialmente a partir da inauguração deste cinema, em 1969.
Íamos ali para a pracinha em frente que chamávamos de “quadrilátero da cultura” e falávamos de tudo. 
No início dos anos 90, o então prefeito Jorge Roberto Silveira cedeu a Sala Carlos Couto do Teatro Municipal onde fiz uma oficina de Cinema e Vídeo durante dois anos, formando muita gente que mais tarde foi premiada e reconhecida”.

Introdução a Música do Sangue” é uma trama que se passa na Zona da Mata de Minas Gerais e aborda com lirismo o dramático cotidiano de um casal de idosos (vivido por Ney Latorraca e Bete Mendes), o tédio da vida no campo, a enigmática presença de Maria Isabel (Greta Antoine) e Chico (Armando Babaioff), desejo reprimido, frustrações, enfim, em tempos de cinema brasileiro levemente imbecil (as famigeradas comedias românticas), o filme do Bigode é um estranho no ninho. Ainda bem!

Há 50 anos ele recebeu de Lúcio Cardoso o argumento do filme. Bigode”, como Lacerda é conhecido, contou ao site Divirta-se Uai que “Lúcio me entregou um papel, mas não entendi nada do que falou”, relembra enquanto passeia pela plataforma da antiga estação de trem de Abaíba, lugarejo entre Cataguases e Leopoldina, na Zona da Mata, a 340 quilômetros de BH. O cineasta descreve a cena de 50 anos atrás, quando o escritor mineiro Lúcio Cardoso lhe deu o argumento de Introdução à música do sangue.

“Foi Lelena Cardoso, a irmã de Lúcio, quem ajudou o jovem aspirante a diretor a entender o recado, pois a fala do escritor ficara comprometida depois de ele sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). “Isto aqui é para você filmar um dia”, traduziu ela.
Não é exagero afirmar que Luiz Carlos Lacerda é genial. 

De acordo com o conceituado site Filme B, ele tem como realização muito marcante o filme Leila Diniz (1987), retrato de um dos maiores ícones femininos do país, de quem foi grande amigo.

Aos 19 anos, começou a trabalhar como assistente de direção de Onde a Terra começa, (1965) de Ruy Santos. Mas sua "escola" no cinema foi o set dos filmes de Nelson Pereira dos Santos, de quem foi assistente de direção em diversos filmes, entre eles, Azyllo muito louco(1969) e Como era gostoso o meu francês (1970).

Na área da produção, participou de Chuvas de verão (1978), de Carlos Diegues, Eu te amo (1981), de Arnaldo Jabor, e O homem da capa preta (1986), de Sérgio Rezende, entre outros. 

Estreou na direção com uma adaptação do romance homônimo de Lúcio Cardoso, Mãos vazias (1971). Também fez filmes publicitários, produziu seriados e novelas para a Rede Globo.

Roteirizou e dirigiu cerca de 30 curtas-metragens e vídeos, todos sobre temas ou personalidades da cultura brasileira, como Lúcio Cardoso, Cecília Meirelles, Antonio Parreiras, Barão de Itararé, entre outros. Entre 1992 e 1993, foi professor da Escuela Internacional de Cine e TV de San Antonio de Los Baños (Cuba), em 1999, passou a dar aulas de cinema da Universidade Estácio de Sá.

Filmografia selecionada:

Diretor

  • A mulher de longe (2012)
  • Casa 9 (2011)
  • Viva sapato! (2004)
  • For all – O trampolim da vitória (1997). Codirigido com Buza Ferraz.
  • Leila Diniz (1987)
  • O princípio do prazer (1978)
  • Mãos vazias (1971)

Roteirista

  • Viva sapato! (2004)
  • For all – O trampolim da vitória (1997). Codirigido com Buza Ferraz.
  • Leila Diniz (1987)
  • O princípio do prazer (1978)
  • Mãos vazias (1971)


Produtor

  • For all – O trampolim da vitória (1997). Codirigido com Buza Ferraz.
  • Leila Diniz (1987)
  • O rei do Rio (1978), de Fábio Barreto
  • O princípio do prazer (1978)

Diretor de produção

  • O homem da capa preta (1986), de Sérgio Rezende
  • Bar Esperança: o último que fecha (1982), de Hugo Carvana
  • Tensão no Rio (1982), de Gustavo Dahl
  • Eu te amo (1981), de Arnaldo Jabor
  • Amor bandido (1978), de Bruno Barreto
  • Chuvas de verão (1978), de Carlos Diegues

Assistente de direção

  • Amuleto de Ogum (1973), de Nelson Pereira dos Santos
  • Quem é Beta? (1972), de Nelson Pereira dos Santos
  • Como era gostoso o meu francês (1970), de Nelson Pereira dos Santos
  • Azyllo muito louco (1969), de Nelson Pereira dos Santos
  • Fome de amor (1967), de Nelson Pereira dos Santos
  • El justicero (1966), de Nelson Pereira dos Santos

  • Onde a Terra começa, (1965) de Ruy Santos

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