Egoísmo e falta de ética
Foto postada por Gilson Monteiro no Facebook
Em sua página no Facebook (https://www.facebook.com/Gilson-Monteiro-895296430550156/?fref=photo)
o jornalista Gilson Monteiro postou nessa terça-feira a seguinte nota:
“Ética
é atropelada no dia-a-dia de Niterói
Ética,
palavra que vem do grego ethos e significa aqulio que pertence ao “bom
costume”, “costume superior”, ou “portador de caráter”, parece ser, para
muitos, um velha senhora ranheta que cobra regras e preceitos morais. Por isso,
ela é atropelada sem piedade no dia-a-dia de Niterói, seja por políticos ou por
cidadãos.
A
ética é negligenciada principalmente por aqueles que, em nome de seus direitos,
cobram-na firmemente dos outros. Motoristas estacionam nas esquinas de ruas e
em frente a rampas para deficientes (foto); idosos usam o cartão que lhes dá a
prerrogativa da vaga gratuita e deixam o carro parado nela o dia inteiro;
ciclistas desrespeitam as normas de trânsito; e tem, ainda, aqueles que
estacionam em vagas para pessoas com deficiência e, “milagrosamente”, saem
andando sem muletas ou cadeiras de roda de seus carros.
Por
que quebramos regras e preceitos morais e cobramos dos outros que sejam éticos?
Cartas para a redação.”
Também acho que o egocentrismo, irmão próximo do
egoísmo, é um sintoma de mau caratismo, de canalhice. Uma pessoa (?) que ignora princípios
básicos de humanismo, solidariedade e generosidade e, por exemplo, estaciona o carro em
frente a uma rampa para uso de deficientes, obstruindo a passagem de cadeira de
rodas, é tão ou mais canalha do que os que ignoram a dor e o sofrimento alheio
e caem na gandaia apesar de terremotos, enchentes, tragédias, sejam coletivas,
sejam pessoais.
Brilhante como sempre, Herbert Vianna deve ter se
inspirado num canalha desses para escrever a letra de “Fui Eu”, canção antiga
dos Paralamas do Sucesso:
“Você
olhou, fez que não me viu
Virou
de lado, acenou com a mão
Pegou
um táxi, entrou, sumiu
Deixou
o resto de mim no chão
Vai
ver que a confusão
Fui
eu que fiz, fui eu
Há
algo errado no paraíso
É
muito mais que contradição
Sou
eu caindo num precipício
Você
passando num avião”
O egoísmo/egocentrismo são patologias incuráveis que
atingem bilhões de pessoas desde que o mundo é mundo, ou como dizem os
pessimistas “desde que o mundo é imundo”. O cara que só pensa em si, tem no próprio
espelho a voz da consciência e, por exemplo, deixa um carro impedir a passagem
de quem já tem a vida quase impedida, não merece respeito algum. Só que os
mesmos pessimistas alertam que os egocentrados são muito mais e muito mais robustos
do que imaginamos.
Será?
Como o Gilson, também ando cheio da suposta elegância
desses egocentrados, pessoas de trânsito social farto, fácil, gente fixada em dinheiro,
status, mas incapaz de pegar o smartphone de ouro falso e ligar para uma meia
dúzia só para saber quem está vivo, quem está morto. São risonhos, agradáveis,
palatáveis, arroz de festa, espalham confete e serpentina mas na hora do vamos
ver estacionam o carro e bloqueiam uma rampa de deficientes. Literal e
simbolicamente. São os mestres do "diz que não estou", "estou em reunião"
Será que um dia a humanidade assistirá, aplaudindo de
pé, o crepúsculo das relações utilitárias, esse dá-lá-toma-cá que infesta nosso
cotidiano? Se a presidente é capaz de afundar o país só para preservar o seu
cargo (leia-se poder), qual a diferença dela para os fulanões que cultuam
grana, força, vaidade, status e que se dane o resto?
Qual a diferença?
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