"Dreams"

Poucas vezes ouvi tanto blues como atualmente e confesso que acabei levando um coice dos bons quando "Dreams", do Allman Brothers, explodiu nas potentes caixas de som Edifier de meu computador, presente do meu irmão Fernando e do meu sobrinho Philippe. Provavelmente a vizinhança não gostou, mas fazer o que se o nome disso é blues?

Lembrei, como se fosse amanhã, do primeiro dia em que entrei na Radio Federal AM, a primeira emissora de Rock do Brasil, em 1973. Comecei lá, este ano, como estagiário passando logo a função de programador. Entrei na sala da produção e meu amigo e mestre Marcos Kilzer estava ouvindo "Dreams", aos berros. Eu não conhecia. 


Disco de 1969, o primeiro dessa banda extraordinária que perdeu seu primeiro guitarrista, o grande Duane Allman, em 1971, aos 25 anos. Ele andava rápido com sua Harley Davison Sportster na cidade de Macon (EUA) e foi fechado por um caminhão que transportava um guindaste. Duane, mesmo estraçalhado, chegou vivo ao hospital mas poucas horas depois morreu.

Marcos Kilzer (hoje alto executivo da gravadora Coqueiro Verde) me contou essa história. Terminamos de ouvir "Dreams" e ele saiu, me deixando com o restante do álbum de estreia do Allman Brothers. Não só virei fã como descobri, naqueles parcos tempos sem internet, sem Google e com revistas de rock brasileiras não confiáveis, que Duane Allman chegou a ser eleito o melhor guitarrista do mundo pela Rolling Stone, na época uma revista de rock, blues e similares altamente conceituada.


Hoje, o You Tube me joga nos braços de "Dreams". Como se estivesse na rua Da Conceição, 99, 10o. andar, centro de Niterói, bunker da Rádio Federal AM. Essa música é uma daquelas que transportam. Para o futuro, para o passado, para o talvez. 

                                   

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